sexta-feira, 17 de novembro de 2017

ABOTOADURAS


Abotoaduras duras como guidom
Sobem as montanhas em busca do horizonte
Do mar distante

Sentem o vento constante
Sem mudarem seu semblante
Amargo

De tanto beijarem asfalto
Caladas
No compasso dessa batida

Sentem apenas sua ira
Sem saberem
Por onde se escorarem

Quando o chão
Abrir abaixo dos seus pés
Leves

Saltam e mudam a direção
Para fugir
Da solidão da multidão

Abotoaduras lindas como um sonho bom
Abrem a janela
Deixam entrar o verão



Nenhum comentário:

Postar um comentário