Abotoaduras duras como guidom
Sobem as montanhas em busca do horizonte
Do mar distante
Sentem o vento constante
Sem mudarem seu semblante
Amargo
De tanto beijarem asfalto
Caladas
No compasso dessa batida
Sentem apenas sua ira
Sem saberem
Por onde se escorarem
Quando o chão
Abrir abaixo dos seus pés
Leves
Saltam e mudam a direção
Para fugir
Da solidão da multidão
Abotoaduras lindas como um sonho bom
Abrem a janela
Deixam entrar o verão